30 de jan. de 2009

Sustentabilidade: na crise, é hora de ser mais responsável

Artigo do estadao.com.br de hoje :
SÃO PAULO - A crise econômica que se alastra pelo planeta gera um paradoxo aparentemente impossível de se solucionar. Enquanto governos buscam incentivar o consumo, de modo a tentar evitar uma recessão, é consenso que o consumismo desmedido está na origem dessa crise. E que um dos passos para se alcançar o tão desejado desenvolvimento sustentável é reavaliar o modelo econômico, consumindo com menos exagero. Diante deste cenário, fica a dúvida: a crise pode trazer uma oportunidade para que empresas e governos comecem a trilhar o caminho da sustentabilidade ou ela pode pôr esse novo modelo em risco?

Para responder essas questões conversamos com duas especialistas do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas: Rachel Biderman, coordenadora-adjunta, e Roberta Simonetti, do Programa de Sustentabilidade Empresarial. A íntegra da entrevista, cujos principais trechos foram publicados em carderno especial sobre sustentabilidade de 'O Estado de S. Paulo'.

Segue um comentario muito interessante :
Como a recessão e falta de crédito generalizadas devem afetar os programas de sustentabilidade de empresas e as políticas governamentais nesse sentido? A sustentabilidade vai sobreviver à crise?

Rachel - Esta crise é uma crise também da sustentabilidade. Em todos os sentidos. É uma crise da ética empresarial, do meio ambiente, dos direitos humanos e sociais, da governança corporativa, enfim, de tudo que está sob o guarda-chuva da sustentabilidade. Se a sustentabilidade fosse enraizada nas organizações, a crise não estaria acontecendo. E o movimento em prol da sustentabilidade empresarial e governamental tem que se fortalecer ainda mais a partir de agora. Não é momento de preocupação sobre eventual arrefecimento do movimento. É uma chance de trazer esse debate à tona, de chamar à responsabilidade os tomadores de decisão, sejam eles de governo ou do setor empresarial. E jogar a luz sobre os bons exemplos, para que se tornem os guias desta nova fase da história da humanidade. Os atuais tomadores de decisão têm em suas mãos a chave para um futuro saudável. Aqueles que abraçarem a causa socioambiental serão os líderes do futuro.

QUE TAL ?

Um comentário:

Rômulo disse...

Pois é, o discurso é bonito, mas, na prática, sabemos que não será bem assim. A primeira vítima da crise é justamente a tal da sustentabilidade. Todo mundo só vê o lucro como objetivo e, com grana escassa, o 'vale-tudo' se acentua. Dane-se o ecológico, o sustentável, o socialmente justo. O que precisa mudar é o modelo. Um exemplo é a indústria automotiva. Fabricar carros sem pensar em absorver os descartados não deveria ser permitido. Simples assim.