A Junta de Freguesia de Vialonga convocou as vítimas da legionella, residentes na freguesia, para as informar do que poderão fazer junto das entidades competentes, no sentido de pedir indemnização pelos danos sofridos. As incertezas e receios quanto ao futuro são evidentes.
Edição de 2014-12-04
Manuel Rodrigues, 78 anos, morador em Vialonga, começou a sentir os primeiros sintomas da legionella quando, no dia 13 de Novembro, foi com o genro à feira de Carcavelos. “Senti que ia desmaiar, deixei de ter forças nas pernas e comecei a tremer muito. Ao ver que estava com um tremer descontrolado, o meu genro decidiu levar-me para o hospital de Vila Franca, onde fiquei internado durante uma semana”, afirmou este ex-soldador metalúrgico a
O MIRANTE, que oito dias após ter tido alta ainda se sente muito cansado e com uma dor do lado esquerdo do peito.
O seu caso foi dos primeiros, quando ainda não havia registo do surto. Manuel Rodrigues garante estar decidido a “ir com isto para a frente e alguém terá que me pagar por esta situação”, até porque diz saber que, mais tarde ou mais cedo, ficará com “mazelas por ter contraído esta doença”.
Já Rita Gomes Rodrigues, 53 anos, viu o marido e o cunhado serem afectados pela legionella. O marido, 58 anos, já teve alta do Hospital Egas Moniz, em Lisboa, mas o cunhado, de 46 anos, ainda continua internado nos cuidados intensivos do Hospital de Vila Franca de Xira, tendo já estado por diversas vezes em coma induzido, desde o dia 15 de Novembro.
“O meu marido sentiu que estava a ficar com gripe e começou a tomar medicamentos que fui buscar à farmácia. Nunca teve febre, talvez por estar a tomar aqueles remédios, mas apresentava todos os sintomas. Só passados quatro dias é que aceitou ir ao hospital e foi-lhe diagnosticada a doença”, explicou esta técnica de lavandaria a O MIRANTE, também residente em Vialonga. Quanto ao cunhado, o prognóstico é ainda reservado.
Uma das preocupações de Rita Gomes Rodrigues é o facto de o agregado familiar só contar agora com o seu tímido ordenado. “O meu marido está a trabalhar com recibos verdes e não tem direito a baixa, como tenho a casa para pagar e estou sem dinheiro, decidi ir falar como o senhor presidente da junta que me disse que poderia predispor-se a ajudar em relação à alimentação, mas quanto ao resto teríamos que tentar pedir uma indemnização pelas vias legais”, disse.
Estes foram alguns dos testemunhos que O MIRANTE ouviu à margem da reunião que a Junta de Freguesia de Vialonga organizou, no dia 26 de Novembro, para elucidar a população das medidas que podem vir ou não a tomar junto das entidades competentes, com o objectivo de solicitarem indemnizações.
Na sessão esteve presente, além do presidente da junta, José Gomes, o advogado que representa a autarquia, Joaquim Dionísio, que explicou aos presentes as suas possibilidades junto dos tribunais. Os interessados poderão optar por, como lesados, pedirem uma indemnização por danos morais sem que, para isso, tenham que pagar. No entanto, caso o pedido de indemnização seja superior ao que vão conseguir obter no final, o lesado terá de pagar as custas sobre a diferença do que não conseguiram realizar.
“Quem nos defende?”
Por outro lado, Joaquim Dionísio explicou durante a sessão que “os lesados podem, caso queiram, entrar como assistentes no processo. Para tal têm que pagar uma taxa de justiça e passam a ter um papel de coadjuvantes do Ministério Público no processo. Assim sendo, nesta qualidade, podem levar ao processo informações que sejam úteis e que ajudem o Ministério Público a decidir-se em prosseguir com a acusação ou então pelo arquivamento”. O advogado enalteceu ainda que “na qualidade apenas de lesados, as vítimas e/ou seus familiares não poderão assumir esse papel. Têm apenas a possibilidade de fazer o pedido indemnizatório”.
Durante a reunião ficou demonstrado que o momento é de receios e incertezas porque ainda há pessoas internadas nos cuidados intensivos, mas há também quem tenha perdido o emprego e faltado ao trabalho, sem previsões de receber algum dinheiro por parte da Segurança Social. As contas e despesas mensais estão por saldar e houve quem perguntasse “quem nos defende?”.
As vítimas consideram que só conseguirão chegar a algum lado se agirem em conjunto, para isso ficaram de agendar uma reunião com todas as pessoas a quem a legionella lhes bateu à porta.
O MIRANTE, que oito dias após ter tido alta ainda se sente muito cansado e com uma dor do lado esquerdo do peito.
O seu caso foi dos primeiros, quando ainda não havia registo do surto. Manuel Rodrigues garante estar decidido a “ir com isto para a frente e alguém terá que me pagar por esta situação”, até porque diz saber que, mais tarde ou mais cedo, ficará com “mazelas por ter contraído esta doença”.
Já Rita Gomes Rodrigues, 53 anos, viu o marido e o cunhado serem afectados pela legionella. O marido, 58 anos, já teve alta do Hospital Egas Moniz, em Lisboa, mas o cunhado, de 46 anos, ainda continua internado nos cuidados intensivos do Hospital de Vila Franca de Xira, tendo já estado por diversas vezes em coma induzido, desde o dia 15 de Novembro.
“O meu marido sentiu que estava a ficar com gripe e começou a tomar medicamentos que fui buscar à farmácia. Nunca teve febre, talvez por estar a tomar aqueles remédios, mas apresentava todos os sintomas. Só passados quatro dias é que aceitou ir ao hospital e foi-lhe diagnosticada a doença”, explicou esta técnica de lavandaria a O MIRANTE, também residente em Vialonga. Quanto ao cunhado, o prognóstico é ainda reservado.
Uma das preocupações de Rita Gomes Rodrigues é o facto de o agregado familiar só contar agora com o seu tímido ordenado. “O meu marido está a trabalhar com recibos verdes e não tem direito a baixa, como tenho a casa para pagar e estou sem dinheiro, decidi ir falar como o senhor presidente da junta que me disse que poderia predispor-se a ajudar em relação à alimentação, mas quanto ao resto teríamos que tentar pedir uma indemnização pelas vias legais”, disse.
Estes foram alguns dos testemunhos que O MIRANTE ouviu à margem da reunião que a Junta de Freguesia de Vialonga organizou, no dia 26 de Novembro, para elucidar a população das medidas que podem vir ou não a tomar junto das entidades competentes, com o objectivo de solicitarem indemnizações.
Na sessão esteve presente, além do presidente da junta, José Gomes, o advogado que representa a autarquia, Joaquim Dionísio, que explicou aos presentes as suas possibilidades junto dos tribunais. Os interessados poderão optar por, como lesados, pedirem uma indemnização por danos morais sem que, para isso, tenham que pagar. No entanto, caso o pedido de indemnização seja superior ao que vão conseguir obter no final, o lesado terá de pagar as custas sobre a diferença do que não conseguiram realizar.
“Quem nos defende?”
Por outro lado, Joaquim Dionísio explicou durante a sessão que “os lesados podem, caso queiram, entrar como assistentes no processo. Para tal têm que pagar uma taxa de justiça e passam a ter um papel de coadjuvantes do Ministério Público no processo. Assim sendo, nesta qualidade, podem levar ao processo informações que sejam úteis e que ajudem o Ministério Público a decidir-se em prosseguir com a acusação ou então pelo arquivamento”. O advogado enalteceu ainda que “na qualidade apenas de lesados, as vítimas e/ou seus familiares não poderão assumir esse papel. Têm apenas a possibilidade de fazer o pedido indemnizatório”.
Durante a reunião ficou demonstrado que o momento é de receios e incertezas porque ainda há pessoas internadas nos cuidados intensivos, mas há também quem tenha perdido o emprego e faltado ao trabalho, sem previsões de receber algum dinheiro por parte da Segurança Social. As contas e despesas mensais estão por saldar e houve quem perguntasse “quem nos defende?”.
As vítimas consideram que só conseguirão chegar a algum lado se agirem em conjunto, para isso ficaram de agendar uma reunião com todas as pessoas a quem a legionella lhes bateu à porta.
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